8e904d1872bad4a0589db22a9a78aa95Um dos pontos mais importantes para os especialistas em protocolo que assistiram à cerimonia do casamento real foi analisar a ordem de precedências dos convidados e a sua colocação nos lugares da Abadia de Westminster que não obedeceu ao critério lógico de um casamento de Estado em que os chefes de Estado são ordenados pela antiguidade em funções. Foram convidadas todas as casas reinantes da Europa, Ásia e África bem como os três príncipes que reinaram, caso de Miguel, rei da Roménia, Simeão, rei dos búlgaros e Constantino, rei dos Helenos. Observando a fotografia seguinte é lógico pensar que a Rainha de Espanha deveria passar antes dos príncipes herdeiros da Bélgica e que estes, por serem apenas príncipes herdeiros, nunca deveriam passar à frente do Príncipe Alberto do Mónaco, que foi colocado depois dos outros príncipes reinantes presentes na cerimónia.

Compartilhamos com os nossos leitores a explicação que foi dada a Carlos Fuente, sócio honorário da APEP – Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo pelos serviços de protocolo britânico, que integrava elementos do Cabinet office, FCO, Clarence House e Buckingham.

O critério seguido foi a antiguidade das Casas Reais, precedendo os Reinos sobre os Principados. Por isso, a primeira era a Rainha da Dinamarca, a casa real reinante mais antiga, depois os Grão Duques do Luxemburgo, depois os Reis da Noruega, os príncipes herdeiros da Bélgica e da Holanda seguidos da Rainha consorte e príncipes herdeiros de Espanha, terminando a 2ª fila com a princesa herdeira da Suécia e o marido. Na 3ª fila tomaram assento os Reis sem reino: o búlgaro, o romeno, o grego e os Príncipes da Jugoslávia e finalmente o Príncipe Alberto do Mónaco, que é apenas um Principado. Seguiam-se os representantes de casas reais não europeias.

A posição ocupada pelo príncipe real da Jugoslávia e da Sérvia é a mais difícil de compreender. O príncipe Alexandre foi, de direito e de facto, durante os primeiros quatro meses e meio da sua vida, herdeiro do trono jugoslavo. A posição que ocupou entre os convidados reconhece e homenageia esse facto. Ou seja: ele ocupou, como príncipe herdeiro, posição equivalente à que ocuparam o rei dos Helenos, o rei da Bulgária e o rei da Roménia. Outra explicação seria o facto de ele ser afilhado da Rainha de Inglaterra.

O mais importante para a APEP – Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo foi descobrir o critério escolhido para este ordenamento que justifica um assentamento diferente do habitual em cerimónias oficiais. Esperamos ter conseguido elucidar os nossos atentos leitores.

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