O Observatório Profesional de Protocolo y Eventos nasceu em Espanha há cerca de um ano e reúne profissionais espanhóis e sul-americanos num fórum semanal intitulado Martes de Protocolo. Este organismo foi agora reconhecido oficialmente pelo Governo espanhol.
Em Espanha, os eventos nunca foram proibidos durante a pandemia, desde que obedeçam a regras rígidas de segurança sanitária. Os técnicos espanhóis de protocolo, quer trabalhem em organismos públicos ou privados, continuam a poder trabalhar.
Em Portugal, durante a pandemia, o setor de eventos só pôde organizar eventos durante 2 (dois) meses. Todos nos lembramos da manifestação impressionante dos profissionais de eventos no Terreiro do Paço, em 11 de Agosto de 2020. No dia seguinte a esta manifestação. a tutela governamental publicou um despacho autorizando a organização de eventos, dois meses e meio depois do diploma que autoriza os espetáculos.
A 14 de Outubro, após a Declaração do Estado de Calamidade, a tutela voltou a proibir os eventos e a animação turística, nos concelhos de risco (a maioria), desde que tivessem mais de 5 pessoas, enquanto os espetáculos continuaram a ser permitidos. Como justificar esta diferença de tratamento entre as diversas empresas da indústria dos eventos?
Resumindo, o setor só funcionou normalmente em Janeiro e Fevereiro e, de forma reduzida, de 12 de Agosto e 14 de Outubro. A tutela não parece preocupar-se com a situação dramática que afeta todas as pequenas empresas do ecossistema de eventos, que só foram autorizados a trabalhar durante quatro dos doze meses de 2020.
O setor do Protocolo faz parte integrante do ecossistema dos eventos. Sem eventos, as pequenas empresas que se dedicavam a prestar consultoria protocolar a eventos, ficaram sem trabalho. Só os técnicos da administração pública continuaram a organizar algumas cerimónias oficiais.
Pedro Rodrigues, Diretor Geral da Desafio Global interrogava-se recentemente num artigo da Event Point: ” Mas, no fim do dia, quem assume a responsabilidade pela destruição do setor dos eventos em Portugal? É uma questão bombástica e alarmista? É! Mas qual a diferença entre espetáculos e eventos corporativos que justifiquem esta diferença absurda de tratamento dos dois setores? Não havendo uma diferença logística, na atividade de ambos os setores, existe uma falta de confiança nos organizadores de eventos? Quase tenho inveja dos empresários da restauração e dos espetáculos quando se queixam das suas quebras. É que esses, e outros setores, podem trabalhar com as devidas limitações enquanto o setor dos eventos foi impedido de trabalhar e remetido ao esquecimento.”
Para lutar contra este esquecimento do Governo, que coloca tantas empresas à beira da falência, acreditamos que chegou a hora de nos unirmos num Fórum de Eventos e Protocolo, com adesão gratuita e encontros semanais, para podermos encontrar formas de fazer chegar a nossa voz até ao Governo. Em breve apresentaremos melhor este projeto, mas gostávamos de saber se está interessado em juntar-se a nós.
Isabel Amaral
Presidente da Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo